terça-feira, 18 de agosto de 2009

Entrevista do escritor Luiz Ruffato ao Jornal 'Cataguases' no dia 07/08/2009


As inscrições para as palestras e oficinas do Festival Literário de Cataguases (FELICA) começam a ser feitas pela internet, no site www.festivaldecataguases.com, a partir de segunda-feira, dia 10 agosto. O evento integra a programação oficial de comemoração dos 132 anos da cidade e está sendo promovido numa parceria entre a Prefeitura de Cataguases, os gestores do site CataguasesViva, Geraldo Filho e Rodney Rocha, empresas privadas da região e institutos culturais.


O FELICA está marcado para o período de 10 a 12 de setembro, com a participação do poeta Ferreira Gullar, do músico e escritor Gabriel, o Pensador, do poeta Fabrício Carpinejar e do escritor cataguasense Luiz Ruffato, que receberá uma homenagem. Contará também com a presença das escritoras Tatiana Salém Levy, de Portugal, e Carola Saavedra, do Chile.


“Queremos ampliar o número de leitores e incentivar a produção literária de novos escritores. Por isso o contato próximo com os autores durante as oficinas será de grande proveito”, disse Geraldo Filho, organizador do evento.


O escritor cataguasense Luiz Ruffato será homenageado durante o Festival Literário de Cataguases – FELICA. É considerado um dos grandes nomes da literatura brasileira da atualidade, com publicações premiadas e lançadastambém na Europa. Em entrevista ao Jornal Cataguases, Ruffato comenta sobre o Festival.


Cataguases: Cataguases destaca-se no cenário nacional pela sua produção cultural, tanto na literatura quanto na arquitetura. Qual é a sua expectativa quanto ao FELICA?

RUFFATO: Cataguases sempre esteve no horizonte do imaginário literário e arquitetônico dos brasileiros. Só que como algo cristalizado no passado - uma cidade importante na época do modernismo, mais nada. Precisamos reverter isso, mostrando que a cidade evoluiu, mantendo seu patrimônio arquitetônico e cultural, mas acrescentando outros valores no plano artístico. Acho que o FELICA será uma ótima oportunidade para divulgar esse aspecto, que muitas vezes é desconhecido. Será, além disso, uma ótima oportunidade para “vender” a cidade como um importante destino turístico.


Cataguases: Como é retornar à sua cidade natal e ser o patrono do FELICA?

RUFFATO: Cataguases é a cidade onde nasci e onde morei até minha adolescência. Mais que isso: toda a minha obra é uma tentativa de reconstrução afetiva desta cidade que existiu um dia e talvez ainda exista... Portanto, voltar a ela, agora numa situação privilegiada, é quase um sonho. Espero que o FELICA sirva também para democratização do acesso à cultura, já que nossa cidade sempre foi uma cidade orgulhosa de seu patrimônio, mas pouco permeável a compartilhar isso com a população.


Cataguases: Você acredita que o FELICA possa estimular novos valores literários na cidade?

RUFFATO: Sim. Desde a década de 1920, quando aqui surgiu o Movimento Verde, há a tradição da continuidade do interesse pela literatura. Foi assim com a Revista Meia-Pataca, depois com o

pessoal do Totem e,contemporaneamente, embora não haja propriamente um grupo, temos nomes isolados, como Fernando Cesário e Marcos Vinícius Ferreira de Oliveira. Portanto, o FELICA virá, com certeza, a dar mais visibilidade a algo que já existe na cidade, desde sempre.


Cataguases: O evento terá um toque clássico, com a presença do escritor Ferreira Gullar?

RUFFATO: Ferreira Gullar é, sem dúvida alguma, o nosso maior poeta brasileiro vivo e um dos maiores da língua portuguesa de todos os tempos. Tê-lo em Cataguases é uma honra pra todos nós. É motivo de grande orgulho ele ter aceitado o convite e acho que toda a região deveria prestar vassalagem intelectual a ele, que, além de grande literato, é uma pessoa formidável.


Cataguases: Mande um recado aos leitores do Cataguases.

RUFFATO: Não percam essa oportunidade. Só a cultura salva!

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